Segundo estudo publicado na Acta Paleontologica, o fóssil da nova aranha foi encontrado em rochas formadas durante o Triássico Superior. A região do achado situa no nordeste da Itália, na região de Friuli Venezia Giulia, no vale Rovadia Brook. Essa região é caracterizada por apresentar depósitos carbonáticos, ricos em dolomita. Em termos de conteúdo paleontológico, esse depósito chamado de Dolimia di Forni, se tornou extremamente importante nos últimos anos por seus achados, como crustáceos decápodes, peixes marinhos e plantas terrestre.
A aranha fóssil, um minusculo ser representante da sub-ordem Mygalomorphae, que inclui as aranhas caranguejeiras, foi denominada Friularachne rigo e tinha cerca de 3,5 milímetros e um único exemplar e que cabe facilmente na superfície de uma unha.
O fato mais curiosos que envolve o achado não gira em torno do tamanha do achado, mesmo este sendo extremamente pequeno e muitas vezes passando despercebido aos olhos de um desatento, mas o local onde foi encontrado, que no passado foi uma região marinha tendo sua parte mais profunda cerca de 400 metros. Como imaginar um ser tipicamente marinho achado em um local aquático? Pergunta respondida pelos plantas lá encontradas e que presumem ter existido uma espécie de ilha em que o exemplar encontrado vivia e foi carregado para o mar raso, típico de plataformas carbonáticas, onde se preservou.
Segundo os pesquisadores que encontraram a pequena aranha, Fabio Dalla Vecchia, do Instituto Catalão de Paleontologia M. Crusafont, de Sabadell (Espanha), em associação com Paul Selden, da Universidade do Kansas (Estados Unidos), o estudo não foi anda fácil. Além do seu diminuto tamanho e de sua fragilidade, algo já esperado em se tratando de um invertebrado terrestre, essa aranha se preservou como uma mancha negra-amarronzada sobre a superfície da rocha, que tinha coloração negra.
Friularachne é apenas a quarta ocorrência de aranhas em rochas triássicas e a segunda mais antiga do mundo. Apesar de ser classificada como parente próxima das caranguejeiras, possui semelhanças com um outro grupo denominado Atypoidea, que é bem menos numeroso hoje em dia e cujo registro mais antigo até então era de depósitos do Cretáceo. Outra curiosidade é o fato de poder estabelecer o sexo do único individuo. Por ele apresentar os pedipalpos (apêndices próximos à cebeça e às quelíceras ) bem desenvolvidos, os pesquisadores puderam determinar de um individuo macho.
E por fim, uma curiosidade ainda deixa os pesquisadores muito intrigados: como esse animal acabou sendo preservado nas rochas carbonáticas italianas?
Fonte da imagem: (foto: Paul A. Selden), extraída da revista Ciência Hoje.
Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/cacadores-de-fosseis/aranha-de-215-milhoes-de-anos, às 15h, 17/02
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